Terminou o período de inflação muito abaixo da meta, reduzindo o espaço da política de taxa de juros
Dança dos índices estreita ainda mais a margem de manobra para a administração do orçamento de 2021.
· Uma soma de fatores está contribuindo para acelerar a alta dos preços, e devem continuar até meados de 2021:
o
o Estoques baixos
o Demanda externa elevada
o Retomada da demanda interna
o Real desvalorizado
o Condições climáticas adversas (La Ninã)
o Delicada situação fiscal
· A GO Associados projeta o IPCA para 2021 ligeiramente acima da meta, mas ainda dentro do intervalo estabelecido:
3,75% (meta) < 3,8% (projeção) < 5,25% (teto da meta)
· Os dois principais índices de inflação, o IPCA e o IGP-M, estão acelerando na segunda metade de 2020.
· No IGP-M os preços aos produtores têm maior peso (60%). Neste caso, o preço das matérias-primas cotadas em dólar e o aumento de algumas matérias-primas com a retomada chinesa fizeram o índice disparar.
· O IGP-M deve fechar 2020 acima dos 22%. Entre janeiro e outubro o indicador está em 18,1%.
· No médio prazo, o câmbio desvalorizado, a forte demanda chinesa e fatores climáticos (“La Nina”) devem continuar pressionando os preços.
· O IPCA tem refletido o grau de aquecimento da economia desacelerou, chegando a ficar negativo entre abril e maior retomando a partir de maio com a retomada da atividade econômica.
Fonte: IGBE e Ibre - FGV. Elaboração GO Associados
· O grupo alimentação acumula alta de 9,37% até outubro, já superando a marca de 6,37% obtida em todo 2019.
· Uma inflação concentrada em alimentos afeta as famílias mais pobres que gastam mais em alimentação.
· Além disso, há um efeito fiscal. A discrepância de comportamento entre o IPCA e o INPC fará com que o teto de gasto seja corrigido por um índice que cresce menos (IPCA) e itens relevantes de despesas por um índice que cresce mais rapidamente (INPC).
· O salário-mínimo, além de outros gastos fiscais, é corrigido pelo INPC, índice que usa uma cesta de produtos representativa para famílias com renda entre 1 a 5 salários-mínimos e não pelo IPCA, que aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários-mínimos.
· Enquanto o INPC acumula alta de 2,95%, o IPCA registra expansão de 2,22%. Na proposta de orçamento para 2021 enviada ao Congresso o teto de gastos foi corrigido por uma inflação de 2,13%, contra uma expectativa de um INPC de 2,09%.
· No entanto, se o INPC ficar em 3% neste ano (0,91 ponto percentual acima do que foi previsto), as despesas obrigatórias aumentarão R$ 6,99 bilhões em relação ao projetado na proposta enviada em agosto ao Congresso Nacional.
· Assim, as despesas discricionárias terão de ser reduzidas para cerca de R$ 80 bi, patamar considerado por muitos insuficiente, o que geraria um “shutdown” na administração federal.
· Na última ata do Copom, o Banco Central estimou que os preços administrados devem se recuperar em 2021 e subir 5,1%. Considerando a meta de 3,75%, o espaço para os preços livres é limitado, de 3,3%.
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