Abril e maio devem ser os piores meses para a indústria; a boa notícia é que chegamos em junho
A produção industrial caiu 18,8% no mês de abril, a maior queda desde o início da série história em 2002. O resultado é reflexo da pandemia do novo coronavírus.
Alguns indicadores preliminares davam pistas sobre esse resultado. A projeção da GO Associados era de uma queda de 19%. Entretanto, o dado é melhor do que a expectativa do mercado, de 30%.
Fonte: PIM do IBGE
Apesar de melhor que o esperado pelo mercado, a produção da indústria brasileira hoje se situa em patamar muito inferior ao observado no pré-crise. A indústria produziu em abril 26% menos que em fevereiro, a produção de bens de capital caiu pela metade e a produção de bens duráveis recuou quase 85%!
Fonte: PMI do IBGE
Os meses de abril e maio devem ser os piores para a economia brasileira em 2020. Em junho, a reabertura gradual no Brasil, na Europa e nos EUA deve dar início à recuperação econômica. A questão essencial passa a ser a velocidade de recuperação da economia.
Na China, maior parceiro comercial do Brasil, onde o pico da pandemia e do isolamento social foi no mês de fevereiro, a produção industrial caiu 13,5%, os dois meses seguintes demonstram uma recuperação do setor em V.
Fonte: Investing e IBGE
As manifestações antirracistas pelo mundo não afetam os mercados. A situação política no Brasil desanuviou um pouco.
O mercado financeiro reflete esse clima. Depois de baixar para menos de 70 mil pontos no final de março, o Ibovespa ultrapassou os 90 mil pontos nesta semana e o dólar está cotado abaixo dos R$5,10.
Enquanto a recuperação da economia real é incerta e lenta, as expectativas do mercado financeiro querem crer em uma retomada em V.
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